Embora seja uma prática ainda em desenvolvimento no mercado brasileiro e geralmente associada com uma auditoria, a due diligence se apresenta como uma peça cada vez mais fundamental no ramo de transações e aquisições societárias. O termo em inglês due diligence (diligência prévia, em português), denomina o procedimento de estudo e investigação de diferentes fatores de uma empresa, tendo como objetivo analisar possíveis riscos que a companhia possa trazer para os diferentes públicos interessados (compradores, investidores, fornecedores, parceiros de negócios e demais stakeholders). Dessa forma, a due diligence pode ser entendida como uma espécie de auditoria, embora tenha implicações mais profundas que apenas uma auditoria, analisando aspectos financeiros, jurídicos, trabalhistas, contábeis, fiscais, ambientais e até tecnológicos da empresa.
Com a due diligence, procura-se compreender a empresa como um todo, analisando todos os fatores que a compõe e compreendendo como o negócio funciona em relação aos seus diferentes setores, podendo assim se ter uma noção real dos seus riscos, das suas oportunidades, do seu posicionamento e valor de mercado.
Para que serve a due diligence?
Uma vez que a due diligence tem como objetivo passar um pente fino na empresa, analisando diferentes aspectos do negócio para compreender se há simetria entre o que a empresa prega e o que ela executa, o principal objetivo da due diligence é uma análise completa do posicionamento de mercado da empresa.
Em processos de fusões de empresas ou aquisição de uma empresa por alguma parte interessada, é comum que se faça um processo de due diligence para se entender como a empresa funciona, se ela é saudável em diferentes aspectos, quais são os seus riscos e oportunidades.
Com esses dados, os interessados em realizar a fusão ou aquisição podem tomar uma decisão baseada em dados, até para estipular um valor mais realista para o negócio.
Há empresas que pedem a realização de um processo de due diligence para empresas que desejam ser parceiras, fornecedoras ou estabelecer outros tipos de contratos para trabalhar em conjunto.
Quais são as principais análises de due diligence
Embora a diligência prévia tenha como objetivo realizar um mapeamento completo das diferentes relações de uma empresa (internamente e externamente), existem áreas específicas que sempre são analisadas no processo, por terem um impacto maior no negócio e na sua avaliação de mercado.
Abaixo, veremos quais áreas são mais analisadas através da due diligence, explicando os motivos para tal.
Due diligence financeira
A análise financeira em diligência prévia tem como objetivo compreender todo o fluxo de capital que gira dentro da empresa, tendo como propósito final analisar a saúde financeira do negócio e sua projeção para o futuro.
Dentro dessa área, analisando-se todos os documentos que integrem as finanças da empresa, como o fluxo de caixa, ganhos, passivos e ativos, bens, fundos, dívidas, administração do negócio, planos de negócios, entre outros.
Due diligence jurídica
A diligência prévia jurídica é um dos componentes mais importantes para empresas que serão incorporadas ou fundidas com terceiras, uma vez que analisa todas as questões e pendências jurídicas que o negócio tem.
Nessa área, analisam-se o contrato social da empresa, seus contratos com demais fornecedores e colaboradores, propriedades, empréstimos e demais financiamentos legais, área contenciosa e demais aspectos jurídicos que possam interferir nos negócios ou diminuir o valor de mercado da empresa.
É na due diligence jurídica também que se analisam aspectos de compliance dentro da cultura da empresa. Isto é, verifica-se se a empresa criou uma cultura de procedimentos internos e externos que estejam de acordo com a vigência legal da atividade desempenhada.
Due diligence trabalhista
A due diligence trabalhista tem como objetivo compreender como é composto o quadro funcional da empresa, principalmente para compreender como esse quadro contribui para a saúde financeira da empresa, e quais potenciais riscos apresentam.
Nesse aspecto, se verifica a questão contratual e legislativa dos trabalhadores, além de verificar qual é a distribuição dos mesmos nas funções, qual é contencioso trabalhista da empresa e possíveis riscos na área para o futuro.
Due diligence contábil e fiscal
Essa parte da due diligence é que a faz com que o processo seja comparado a uma auditoria, embora ele seja apenas uma das partes de análise da diligência prévia.
Na análise contábil e fiscal, analisam-se os documentos da empresa para garantir que suas finanças estão sendo controladas em conformidade com a legislação vigente.
Analisa-se, portanto, os livros fiscais, folhas de pagamentos, coleta e pagamento de impostos e demais contribuições, possíveis processos na área, entre outros aspectos que confirmem a saúde fiscal da empresa.
Fonte: Site Projuris