Seria bom se houvesse um alarme universal nas empresas que informasse com antecedência a previsão de chegada da próxima crise, porém, a situação real é o inverso disso. As emergências não têm hora para chegar e podem ter impactos grandes ou moderados nas companhias, de acordo com o preparo e as técnicas usadas para seu enfrentamento.
Após a pandemia, reforçou-se a importância da gestão de comitês de crises, que é um grupo multidisciplinar dentro da empresa que está apto a tomar decisões rápidas e encontrar soluções coerentes para problemas diversos. Essa equipe deve ser formada por profissionais estratégicos, que tenham facilidade em lidar com o inesperado e trabalhar sob pressão.
“O preparo do comitê de crise começa antes do problema, quando a direção identifica os perfis que ela poderá contar em caso de necessidade. A pluralidade é um fator importante, pois se faz necessária a presença de colaboradores de diferentes departamentos para facilitar a dinâmica e também possibilitar vários pontos de vista em relação a mesma situação”, explica o especialista em auditoria, Waldyr Ceciliano.
De acordo com ele, um comitê de crise bem formado pode evitar danos de imagem e financeiros à empresa. Como exemplo, o auditor usa o caso da própria companhia, que em menos de sete horas conseguiu reestruturar os serviços para o formato home office durante a crise sanitária do coronavírus.
Como montar um comitê de crise
Os principais atributos para um bom comitê de crise é a multidisciplinaridade e a escolha de perfis que lidem bem com situações extremas. O comitê tem diversas responsabilidades, sendo a transparência nas informações um dos destaques. Esse grupo deve definir estratégias e estabelecer ações para a manutenção das operações essenciais durante o período emergencial. Por isso, é importante detalhar as necessidades de cada departamento da empresa em termos logísticos, financeiros, de mão de obra, entre outros.
A periodicidade de reuniões é outro ponto a ser observado na hora da construção de um comitê de crise. Dependendo da gravidade da situação, a equipe poderá se reunir mais de uma vez ao dia. É importante também oferecer treinamento e suporte ao porta-voz escolhido, para que as entrevistas e declarações para a mídia sejam claras e seguras.
Por fim, o foco na solução do problema passa pela análise minuciosa dos detalhes envolvidos no caso, o que pede muita atenção da equipe de apuração. “É preciso muita responsabilidade para separar as informações reais dos boatos. Logo, é recomendada uma ampla investigação interna dependendo do tipo e tamanho do problema. O mais importante em um comitê gestor de crise é a motivação em resolver o caso sem interromper as atividades da empresa e oferecendo todo o suporte necessário aos envolvidos”, diz Ceciliano.
Fonte: Jornal Contábil