Nos últimos dois anos, as alterações nas cadeias de suprimentos, os conflitos geopolíticos e o aumento dos ataques cibernéticos alteraram a forma com que as empresas gerenciam os riscos de suas operações. No Brasil, o cuidado com a tecnologia cresceu no período, mas menos do que em outros países.
É o que mostra a Pesquisa Global de Riscos 2022 da consultoria e auditoria PwC. Segundo o levantamento, 60% dos executivos brasileiros estão aumentando gastos com tecnologia neste ano para gerenciar riscos. No mundo, são 65%. Ou seja, o País investe menos em capacitação de pessoas e adoção de tecnologias para lidar com potenciais riscos do que o resto do mundo.
Esse tipo de investimento é crucial num contexto de aumento de ataques cibernéticos. Nos últimos dois anos, grandes empresas brasileiras foram atingidas pelo chamado ransomware. Nesse método, o grupo criminoso “sequestra” os sistemas de uma companhia até que um resgate seja pago. A preocupação com os riscos cibernéticos, contudo, é apenas uma das cinco mais visadas pelos executivos. As outras são com riscos financeiros, geopolíticos, operacionais e externos.
Além de estar atrás na proporção de investimento em gerenciamento tecnológico de riscos, os executivos brasileiros pretendem investir mais em automação de processos, enquanto, na média global, o foco é a análise de dados. Enquanto no Brasil 77% dos executivos pretendem aumentar gastos com automação, no mundo são 74%. Mesmo em comparação com a média da América Latina, nosso País também está à frente no investimento em automação e atrás nos outros tipos de gastos.
Há também diferenças entre setores. Enquanto os bancos brasileiros contam com tecnologias modernas e recursos humanos capacitados, outros setores ainda estão em fase de amadurecimento. “Muitas empresas ainda não dispõem de ferramentas tecnológicas que auxiliem na gestão, detecção e monitoramento dos riscos. Nos últimos dois anos, principalmente, ficou clara a relevância do tema no Brasil. Tivemos ataques cada vez mais frequentes, problemas relevantes na cadeia de suprimentos e questões geopolíticas nunca antes consideradas”, observa o empresário Evandro Carreras.
O Brasil aparece à frente do resto do mundo na proporção de organizações que reconhecem que acompanhar a velocidade das transformações digitais é um importante desafio de gerenciamento de riscos. Aqui, são 89%, ante 79% no exterior, por exemplo.
Fonte: Portal Acessa.Com